quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Luta perdida

Talvez o diálogo tenha se perdido em meio a estrada de risos, talvez tenha morrido lutando, tentando tomar o lugar do monólogo que, pasmem, contraditoriamente, tanto o invejava. Penso que ele se esvaiu na rotina e levou consigo a admiração, o interesse. O monólogo ficou sozinho como sempre, mas dessa vez calado. Mudo como quem perdeu a voz, mas a verdade é que palavras explodem num coração inquieto. Silenciou em uma espera inútil à procura do que nunca vem, para, em seguida, voltar a trabalhar insistentemente. Parece incansável essa unidade, mas há quem diga que o calar é uma despedida amarga de quem tanto lutou...e perdeu.

Ingrid Tinôco 
(27/03/2012)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

E se eu gostava da (nossa) bagunça organizada
De uma leveza quase que inventada
Quem vai agora me provar sem falhas
Que existe ordem pra minha deCORAÇÃO?!

Ingrid Tinôco

quarta-feira, 28 de março de 2012

Tempo

Sinto-me tomada pelo tempo como marionete de pano. Joga-me como quer, onde quer. Rege minha vida sem ordem, atrapalhando planos, atordoando o sono, diminuindo o bom e prolongando nada. Meu tempo desistiu dos atrasos até nas horas de tédio e ócio. Que horas de ócio? Não há tempo pra isso! É preciso correr, tropeçar, levantar, afinal, o futuro é amanhã, menina, e quem parar, o tempo leva! Sem dó ou piedade. Como levou minha calma, minha alma, meu prazer do lento bem degustado, bem analisado, bem pensado e bem perfeito. Pode não! Tem que correr que o tempo é curto, a vida breve e quando a gente pára (se pára?!) para pensar: TCHAU! Já fomos... sem ser!


Ingrid Tinôco
09/11/2011