quinta-feira, 30 de abril de 2009

Não nos deixeis cair em tentação...

Vaidade. luxúria. Gula. Avareza. Preguiça. Inveja. Ira.

Andei parando pra pensar que se depender dos 7 pecados capitais eu vou pro inferno com passagem direta sem escalas ou conexões no purgatório. Porque não há Ave Maria, Pai Nosso, Credo, Salve Rainha ou apelo pra qualquer Santo que resolva minha situação. Eu nem consigo definir em qual deles tenho maior culpa.

Por que eu preciso de make-up, salto alto, roupas bonitinhas e elogios para me sentir bem. Adoro um espelho e me importo SIM com a aparência(minha e dos outros!). Sou culpada por ter apego aos prazeres materiais e carnais, me rendendo a luxúria(“s. f. 2. Lascívia, sensualidade.) tantas vezes (se o objeto de desejo for um Mark Sloan então...) . Como o que dá vontade, quanto e quando dá vontade por puro prazer de comer e, se surgirem quilos a mais, recorro à vaidade pra me livrar deles. Odeio emprestar livros, tenho medo que não devolvam meu dinheiro e gosto de acumular o pouco capital que me é dado. Hoje, sou vagabunda( isso mesmo que você leu, mas no bom sentido, lógico), daquelas que pode acordar e dormir a hora que quer, passar o dia de frente a TV sendo inútil, e quer saber?! Eu adoro isso. E quando menos eu faço, menos tenho vontade de fazer. Santa(ou maldita?!) preguiça. Invejo coisas bobas, querendo-as pra mim, o dinheiro de um, a beleza de outro, a inteligência de fulano ou aquele sapato perfeito que eu não tenho. E a ira? Ah...experimenta me atazanar ou me ver na TPM pra ver o que é, na prática, um pecado capital.

Pois é, e as vezes eu ainda fico pensando o que eu poderia dizer pra um padre se eu fosse me confessar. Coitado dele, ia ficar de ouvido dolorido e não ia ter penitência que desse jeito em mim. Só Deus mesmo pra me entender, e eu vou deixando-o a par de todo esse pecado diariamente...quem sabe não rola uma vaguinha no céu pra mim?!



Ingrid Tinôco

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Com açucar e com afeto??

Era preciso que lhes dissessem mil vezes o quanto era doce, falsas talvez. Não adiantava, ela não acreditava. Também, pudera, com aquele gênio era difícil que ela mesma cresse em sua doçura, era bem verdade que adorava crianças, carinhos, abraços e sorrisos – e isso era algo que não lhe faltava – mas doce talvez não fosse aquilo, parecia que o adjetivo pedia muito mais e ela não sabia se se encaixava ali. É que parecia ser orgulhosa demais, o que na verdade era, e se conseguia saber ao certo o que havia por trás daquele ar de mistério. É que aquilo era pra poucos... Bem falando, ela era diferente de todos, e a doçura estava por trás da coragem e do encanto que não lhe faltavam, da preocupação com o sentimento alheio e da pontinha de sentimentalismo que, no fundo, ela escondia. Estava, ainda, descobrindo que podia mais, muito mais.

Ingrid Tinôco




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O texto é antigo, foi um perfil do orkut já, é que deu vontade de postar mas não consegui terminar nenhum dos 5(no mínimo) textos que eu comecei. Então vai esse mesmo, e uma reza pra que amanhã venha algo fresquinho da mente ;)

sábado, 25 de abril de 2009

Garota Nacional

“Aqui nesse mundinho fechado ela é incrível
Com seu vestidinho preto indefectível
Eu detesto o jeito dela, mas pensando bem
Ela fecha com meus sonhos como ninguém, uh”
(Skank)
Por que a música tema do dia pode ser “Garota Nacional”, do Skank que tocava a minha frente, a poucos metros de distância.
Sabe aqueles dias em que você veste-se para você, olha-se no espelho e arruma-se com o intuito de se fazer feliz, haja o que houver, venha quem vier?!
E não me importava se o lugar estava vazio, se não havia muita gente interessante ou se a chuva que me encharcava (e me deixava como se eu tivesse dado um belo mergulho numa piscina) fizessem de tudo para estragar a festa. A MINHA festa tava boa, as minhas amigas estavam animadas e as risadas foram, “no mínimo”, constantes. E o resto? Eu não me importei, sinceramente.
É claro que rolou aquelas peças que o destino teima em pregar mesmo nas melhores situações. E eu aprendi que meu sexto sentindo não falha; que quando você não quer, você acha; e que eu posso ser impulsiva ou até má, mesmo morrendo de remorso depois.

Eu preciso de mais dias, ou noites, assim...definitivamente
Ingrid Tinôco

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pra quê mentir?

“Mentiras sinceras me interessam...”(Cazuza)

Eu não sou adepta a mentiras, não gosto de fazê-las nem dos que fazem. Mas tenho que admitir: é impossível viver sem elas e você(e eu), por mais que duvide, vai gostar de ouvi-las um dia(se é que já não gostou).

A verdade absoluta é intolerável, incabível e inaceitável, seria o fim das relações humanas sejam elas fraternas, amorosas ou de negócios. Não quero fazer do texto um tratado de base científica, mas uma reflexão. Vai me dizer que você não prefere aquele cara que te faz elogios, te canta sempre que encontra, mas que no fundo você sabe que tem outras iguais a você, que aquilo é tudo papo furado e que ele ta só te cozinhando em banho maria? Pode não preferia, mas que gosta, gosta. Faz bem pro ego. E pense num bichinho danado de besta, mentira ou verdade, tanto faz, contanto que o massageie convincentemente.

Pode acreditar, seus amigos já mentiram pra você dizendo que aquela roupa tava boa, que você tava certa naquela situação, que aquele cara era feio demais pra você. As mães sempre dizem que os filhos são os melhores e mais bonitos, mesmo sabendo que não são, isso não quer dizer que elas não sejam sinceras. Seu pai já criou um bicho imaginário pra você ter medo quando criança só pra que o trabalho fosse diminuído. Isso não quer dizer que eles amem menos você. Você mesma(o) já disse acreditar no pra sempre a um namorado(a) sem nem saber se vai durar até amanhã.

Há mentiras que devem (nem tanto) e podem(idem) ser ditas. Porque essas (vejam bem, eu disse ESSAS, não refiro-me a todas elas) soam como a verdade que os interlocutores queriam que existisse, mas que, para o azar deles, não ocorreu. É a necessidade de melhorar a situação com uma coisa já taxada de errada, má e corruptiva.

Preciso admitir que eu prefiro certas mentiras, pricipalmente aquelas que me proporcionem prazer. Se iludir faz parte, e tenho pena daqueles que vivem sempre na realidade: nua, crua e chata.

Não é apologia à mentira, é verdade.
Não é que eu seja boba, só não preciso ser hipócrita.
Ingrid Tinôco

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cedendo ao medo

Sucumbira de novo àquela sua fraqueza. Era só nisso que pensava agora. E devia vir daí aquela dor de cabeça que insistia em tirar-lhe o bom humor.

Nunca fora muito tímida, é verdade. Falante desde criança, a timidez só lhe vinha em poucas ocasiões, onde os participantes do ciclo social não lhe deixavam confortável suficiente para que mostrasse sua “simpatia”, ou quando era submetida a certas pressões em situações “públicas”. E aquilo, ora mais, era o que mais odiava.

Prostrada em frente a algumas desconhecidas pessoas, sendo avaliada pelas próprias palavras. Repassaram mil vezes, verbal e mentalmente, o que deveria fazer. Mas não tinha jeito. Minutos antes já sentia o frio na barriga angustiante e a vontade de sair correndo para fugir daquela terrível situação. Não fugiria. Não estava ali pra isso e deveria enfrentar o medo face a face. É uma pena que ele estivesse prestes a ganhar. E sua corajosa luta fora um fiasco: palavras esquecidas, verbos engolidos, partes importantes esquecidas no fundo do cérebro, o mesmo que há poucas horas tinha colocado todas na ponta de sua língua. Depois de passado "a coisa" não sabia ao certo o que tinha falado, o que tinha esquecido ou sequer quanto tempo havia se esvaído. Perdera a noção.

A culpa era do cortisol, estudara isso tempos atrás. Era ele o liberado na corrente sanguínea em situações de estresse e que causava todas aquelas desordens: “o branco”, em especial. Precisava, a qualquer preço, reaprender a controlá-lo. Ou melhor, descobrir como mantê-lo em um nível tolerável para aquelas situações. Bobagem! A culpa era sua. O pobre cortisol não deveria levar todo o mérito desfavorável(se é que essa contradição existe).

Não podia submeter-se ao ridículo novamente. Aquilo era simples, ora. Chegava a sentir raiva de si. Odiava odiar aquilo.

Era constrangedor, quase infantil. Pobre nervosa...
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Ingrid Tinôco

domingo, 12 de abril de 2009

F. Scott Fitzgerald

"E ela estivera bebendo. O tríplice afogueamento das faces de Caroline era composto de juventude, de vinho e de cosméticos finos... ele bem que percebia. Ela estava divertindo muito o jovem que se achava à sua esquerda e o indivíduo imponente que se encontrava à sua direita, e até mesmo o cavalheiro de certa idade que se sentava à sua frente, pois que este, de quando em quando, proferia, em tom leve de censura, as frases escandalizadas pertencentes a uma outra geração. Merlin conseguiu ouvir as palavras de uma canção que ela, intermitentemente, cantava:

Espante as preocupações com um estalo de dedos,
Não atravesse a ponte enquanto não chegar a ela...
(...)"
(“Ó feiticeira ruiva” – O curioso caso de Benjamin Button e outras histórias da era do jazz, F.Scott Fitzgerald).
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Feriadão de livros, filmes, chocolates e pouca religião(Que Deus me perdoe!).
Bom fim de páscoa para vocês, que o espírito de respeito(aos poucos que o fizeram) não seja esquecido durante o resto do ano ;).

terça-feira, 7 de abril de 2009

Ela, não eu!

É como aquela amiga chata, que aparece nas horas mais impróprias, e importuna você até que perca a paciência, mas que não se pode simplesmente riscá-la da vida.

Chega quase todos os meses para uma visita inesperadamente esperada e com surpresas variadas a cada aparição. Tortura-me suficientemente para que eu (logo eu) sinta a necessidade de derramar lágrimas sem ter nem pra quê, nas horas mais inconvenientes, nos lugares mais bizarros e com as pessoas mais “nada a ver”. Quando não são lágrimas, são gritos, uma cara fechada e um semblante antipático. Essa “inhazinha” tem o poder de me tirar a paciência pelo menor motivo, e infelizmente, faz com que os outros também parelam culpados aos meus olhos. Incita-me contra eles a ponto de me fazer distribuir patadas gratuitamente a quem ouse me contrariar ou simplesmente me dar um “oi” em uma ocasião de fúria extrema.

Faz fofoca até do meu bicho de estimação só pra me despertar raiva, me desperta gula e me oferece milhões de doces só pra me fazer engordar. Induz-me à preguiça e a uma agonia estranha, sensação de que se quer algo, e não se sabe o quê. Mas tenha certeza, quando eu consigo o “o quê” reclamo porque não era exatamente aquilo, ou choro porque ele tinha vindo com problemas.

Mexe com minhas roupas, fazendo com que nada sirva. O cabelo parece virar palha, as outras mulheres, mais bonitas. Os homens: imbecis, ou porque me querem ou porque não. Falta-me paciência, tolerância, compreensão, dentre outras MUITAS coisas.

E quando ela finalmente parece ter ido embora, vêm dores e até sangue (imaginem só a potência da garota) pra terminar seu show.

O pior é que ainda tenho que aceitar a idéia de que ela vem me ver outras vezes, várias, até quase a minha velhice. A revolta é tamanha que nem nome por extenso ela merece, trato-a apenas pelas siglas, que é pra não dar muita importância a um tipinho desses: TPM, porque ela que é Totalmente Pirada e Maluca... não eu!
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Ingrid Tinôco

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Friday Night

A sexta-feira sempre fora seu dia preferido da semana. Quando criança, havia a educação física em que as brincadeiras esperadas durante toda a semana se concentravam. Foi crescendo e o apreço não mudou, aquele dia anunciava o fim de semana: nada de aulas, poucos estudos, alguns passeios. O vestibular lhe bateu a porta, as aulas assistidas naquele dia tão “bom”, mesmo à noite, ou o prenúncio que ele traria um sábado de estudos e mais aulas, não tiraram seu status.

Essas fases passaram.

E hoje ela se via em mais uma das suas sextas-feiras. Dessa vez sem alegrias, sem esperanças.
Na verdade, entediada, irritada e abusada por ser aquele dia. Enquanto garotas pintavam-se, vestiam-se e preparavam-se para a badalação daquela “Friday night”; casais de namorados dividiam um jantar, um cinema, beijos e abraços; amigos reuniam-se em bares pra jogar conversa fora, fazer o famoso “bebe esquece” da semana ou a prévia do fim de semana badalado, ela estava ali, estatelada numa cadeira de escritório, de frente para o computador, escrevendo qualquer bobagem para o seu blog (companheiro de todas as horas). Nada de mensagens instantâneas, nada de novidades na sua página de relacionamento.

Havia carro, permissão, roupas e ânimo. Faltava-lhe companhia, oportunidade ou sabe-se lá mais o quê.

Mas decidira: a partir de hoje, preferia o sábado!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

"Se avexe não, que amanhã pode acontecer tudo e inclusive nada."

Tá, eu sei que é quando a gente menos espera que as coisas acontecem, que é assim que vêm as melhores surpresas, situações, pessoas, presentes...enfim, quase tudo.
Mas sabe aqueles dias(ou semanas, meses...) que você quer tanto que aconteça algo inusitado na sua vida que acaba esperando ansiosamente por ele?!

É...você não se contenta com o fim de semana ótimo(do tipo pacote quase completo: festas, boas risadas, bons amigos, família reunida, mais risadas...), você quer a semana inteira assim, ou que o tempo encurte, para que chegue logo o próximo fim dela para, quem sabe, algo diferente acontecer com você.

Não lhe bastam encontros bons de vez em nunca. Você quer o telefone tocando, o sinal de mensagem piscando, o MSN como o seu ‘plim, plim’, ou um ‘novo recado’ interessante no orkut (sempre que você conectar, vale salientar).

Não lhe apraz estar de férias enquanto todo mundo trabalha, estuda, pena para fazer suas obrigações. Você queria atividades extras que te dessem prazer ao mesmo tempo em que trariam um corpo sarado ou um dinheiro no fim do mês.

Eu sei que é feio reclamar de “barriga cheia”, mas pior é conformar-se com o que podia ser melhor. E que não é certo achar que “A grama do vizinho parece sempre mais verde”, mas o pior que às vezes é mesmo, e você morre de curiosidade pra saber qual adubo ele usa pra conseguir aquilo, mas morre sem perguntar.

E essa monotonia diária vem me tirando a paciência, e me enchendo cada vez mais de preguiça, gula e, principalmente, ansiedade. Conto as horas pra saber qual a próxima novidade realmente significativa que vai entrar na minha vida. Mas a contagem não tem adiantado muita coisa, não ultimamente. E eu tenho me avexado fácil, por que no amanhã tem acontecido mais nada do que tudo.



p.s.: Eu não tô revoltada não, só impaciente =)