domingo, 26 de dezembro de 2010

Ouve?

Quando a melodia toca errada, das duas uma: ou troca-se o disco, ou realinha-se a agulha. O embolar dos ritmos faz-se notar até aos mais leigos.

Disco pesado pra unidade.

Eu (suspiros) tenho ouvido apurado.


Ingrid Tinôco

domingo, 19 de dezembro de 2010

Amigos

Conta-se os amigos pelo cheiro de lembrança que eles te despertam à distância, pelas risadas em domingos entediantes, pelas longas conversas que não dizem nada ou revelam tudo, pelas lágrimas encharcando o ombro ou as confissões no escuro sob um céu sem estrelas. Sabem-se amigos pela falta, pela necessidade, pelo carinho, pela compreensão. Descobrem-se amigos pela independência, pelo respeito, pela falta de palavras e o entendimento mútuo, claro, leve. Certificam-se amigos quando distância não afasta, quando tempo não modifica; quando seus defeitos são aceitos e ditos à queima-roupa, sem rodeios, pro seu próprio bem; quando suas vitórias são comemoradas com sinceridade e verdade, como se fossem dele e as derrotas são amparadas sem titubear. Sentem-se amigos quando não se precisa declarar, quando abraços falam tanto quanto olhares e sobra entendimento, sobra sentimento.

Tenho amigos a quem ainda não declarei verdades guardadas, mas por quem tenho respeito e amor suficiente para prostrar-me ao lado mesmo sem pedidos. Tenho aqueles de longa e de força, que não há tempo que enfraqueça ou distância que afaste. Tenho os de longe mesmo perto, que o sentimento abranda mas não modifica. E tenho ainda os futuros, que o tempo não deixou consolidar, mas resta a pontinha de desejo, o coleguismo afeituoso e a felicidade da união.

Agradeço hoje a todos os meus amigos, pelo tudo e pelo nada. Porque acredito que não existe “obrigado(a)” cabível naquilo que a gente faz por prazer e repete por vontade.

A eles, todo o meu carinho.



Ingrid Tinôco

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sombra

É que eu também tenho meus dias de sombra, sabe? Em que a necessidade de um abraço pode se transformar nas piores frases, ditas nos piores momentos. E eu posso nem me importar se você fala sempre a verdade. Nesses dias, você vai desejar não ter deixado aquela brincadeira subentender perigo. Vai entender que é importante não omitir, mesmo sem querer e vai aprender que a minha capacidade criativa pode ir além do que se pode imaginar ou do que eu posso transparecer possuir.

Eu vou me desculpar, mas vou fazer de novo, em questão de minutos. Me desculparei de novo no dia seguinte, menos tensa, menos chata, menos “tá que tá” como alguém diria e nós até riremos de tudo, mas vou voltar a repetir semana que vem, mês que vem, ou até daqui a anos.

Fazer o que se eu preciso de dias para exigir muito e me explicar pouco? Para colocar pra fora minha intolerância guardada a chaves e minha impaciência que eu tento esconder diariamente?!

Minha sombra raramente anuncia tempestade, mas eu preciso fechar o tempo pra relembrar o valor do claro.



Ingrid Tinôco

sábado, 27 de novembro de 2010

Ele

Junta as mãos e monologas com um amigo que há muito não falas. Conta-lhe sua vida, revela teus medos, chora angústias e mostra-lhe anseios. Seja claro, informal, certas amizades não se abalam com o tempo, e a intimidade perdura até no inimaginável. Não procure títulos, eles pouco representam a grandeza de alguém. Diz tudo, das idéias mirabolantes aos planos mais banais. Pede. Mas pede com a força de quem luta para tê-lo. Pede com a coragem de quem sabe ir até o final da estrada. Pede com suor, com lágrimas, com aquela fé que por vezes insistisses em esconder por uma descrença boba. Dá a cara à tapa e entrega o que está fora do teu controle, do teu mundinho, das mãos pequenas e por vezes frágeis. Mostra tua fraqueza, esquece essa vergonha tola, o que é revelado aqui, fica aqui, e não há testemunhas para tuas frases, teus gestos e ações. Sede tu, antes de qualquer coisa. Divide as esperanças com alguém que acredita plenamente nelas, e junto a ele, acredita em ti, porque isso basta.


Ingrid Tinôco

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

mudança

Passo mais horas pensando sobre o que escrever do que botando no papel aquilo que realmente me interessa no momento. Sim, as idéias fluem na velocidade do pensamento que bateria a da luz, se esta não fosse a mais rápida, mas é preciso filtrar e eu acabo escrevendo o bonito ou o feio do coração ao invés de apenas expulsar de mim o que realmente incomoda ou merece exposição. Minha ferramenta vem perdendo a funcionalidade, porque eu preciso das letras arredondadas, desenhadas num papel (ou numa tela de computador em arial 12) para retirar da alma o que me aflinge o suficiente para fazer calar, mas não tenho feito. Tenho calculado, milimetrado, revisado textos e esquecido os verbos que outrora tanto confortaram. Preciso voltar a escrever sobre mim, pra enxergar por outra ótica “o que danado há de errado com a que vos fala”, como num espelho em que se vê defeitos e pode-se corrigi-los com análise posterior, quero falar mal da saúde pública que é minha realidade iminente, quero cantar minhas músicas prediletas para aqueles que conseguem ouvir sons através das palavras, quero denegrir imagens sem dizer os santos, falando, pra quem quiser ler, o quanto certos comportamentos me indignam.

Quero ser menos séria, menos cética, menos textos politicamente corretos ou cercados de sentimentalismos bonitos e verdadeiros, mas que não vem a todo momento.

Quero expulsar.

Por isso vou tentar repaginar o blog e tentar fazer dele, novamente, o que era pra ter sido sempre, o MEU espaço. Onde eu escrevo sobre o que quiser e na hora que quiser, porque isso não é publicidade, é recordação e conforto, por isso, não precisa de métrica.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

no detalhe

Sem mecanicismos, e quero a espontaneidade de um abraço bom, dos apertados, que agarram a alma e prometem aos céus jamais soltar-me. E os nossos beijos de tirar o fôlego, as risadas de um fim de tarde qualquer olhando o mar e o sol que se põe com um dourado brilhante. Dê-me colo e cafuné até que eu feche os olhos vendo um filme bobo que você insiste em dizer ser bom/ Me contrarie, desafie, me faça xingá-lo e dizer o quanto eu viveria bem sem você, só pra eu ter a certeza do quanto isso não é verdade.

Quero as cócegas e as piadas sem nexo que me arrancar risadas pelo nada. Conte suas aventuras histórias, suas defensivas políticas, seus achados revolucionários que "só você sabe" e e faço questão de confirmar com o interesse de quem nunca ouviu falar. Peça-me um "eu te amo" falado só pra me ouvir discursar sobre a fluidez das ações. Reclame da minha TPM, dos meus hormônios, da minha desatenção, da minha moda. Diga pra eu não usar termos técnicos. Deixe-me falar da sua chatice, velhice precoce. Invente apelidos malucos, sem nada de melosidades e ainda se denomine o último dos românticos. Continue a desenhar cartas ilustrativas de que eu tanto gosto e a esquecer as datas que eu tanto prezo. Mudemos devagar pelo nós. Pegue-me no colo dizendo que ali é o meu lugar, e só ali estarei segura. Veja nossas flores e seus espinhos...pisemos leve, amor, bem leve.

Com carinho,

Ingrid Tinôco

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Perceba

Tinha uma maneira estranha de demonstrar necessidade. Se armava até que os escudos reluzissem de longe, e a lâmina afiada da espada empunhada arranhasse o “inimigo” com palavras ironicamente colocadas. Não pediria arrego, não questionaria precisões. Queria quem soubesse a maneira certa de retirar-lhe as lanças, de impedir os golpes. No fundo, desejava render-se. Acharia quem não precisasse de explicações para saber que, ao final das lutas induzidas, despia-se de couraças para mostrar-se frágil, dependente de um pouco que parecia fácil mas o qual, não raro, custava a aparecer-lhe.


Ingrid Tinôco

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Não lhe escorra

Nossas maiores glórias, quando nas palmas das mãos, parecem finos grãos de areia que o mar não molhou, deixando-os frágeis, leves, soltos, na iminência de escorrer por entre os dedos ao menor vento. Não há balanço de ondas, calmaria da brisa ou oferta de areia a sua volta que acalme a perda iminente.

Por você, passarão os que lhe oferecerão mãos a mais para comportar os grãos, carros para transportá-los em segurança ou palavras para que não percas a paciência e o equilibro. Mas haverá os que lhe trarão o vento indesejado com leves sopros imperceptíveis, os que insinuarão sorrisos ao incentivar tropeços e os que desviarão o olhar “insignificando”(com a permissão do neologismo) sua tarefa.

Cabe a você encontrar a água, o óleo, a liga que manterá unida sua própria areia, transformando-a do pó ao sólido. Machado de Assis dizia que o que era de ser seu, às mãos lhe havia de ir. Está aí, em suas mãos, não se permita tropeços, não os permita balanços.


Ingrid Tinôco

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pisa não, bem. Pega do chão e cuida. Ela também ralou, também cansou e até caiu. É que nossa cruz pesa mais, né? Dá a ela um pedaço que ela não te nega ajuda, ainda sente o peso pra não duvidar do teu fardo. Faz isso também, vai, sente o do outro e segue com ele. Levanta do chão e sorri, segura na mão e ouve.

terça-feira, 27 de julho de 2010

QUE MÉDICOS SEREMOS?

Ela faz medicina(OOOHH, MEDICINA), na federal do Rio Grande do Norte (OOOH, a melhor federal do Nordeste), ela não sabe auscultar, fazer uma anamnese correta, analisar um paciente.

Oi? Falamos da mesma pessoa?

Sim, de mim, daqui a uns 6 meses se nada for feito. A gente pensa que a medicina é linda. Todos aqueles estudantes inteligentes e estudiosos vestidinhos de branco que passam correndo pelos lugares com um estetoscópio no pescoço. Um nariz de palhaço e uma placa de “futuro desempregado” ou “futuro incompetente” cabia melhor à minha turma e aos que passarão pelo 3º período da UFRN se nada for feito. “Mas não se preocupem, eles não deixarão nada acontecer com vocês, em 10 dias o problema se resolverá. Suas aulas começarão e todos os professores estarão lá, cardio e pneumo com suas vagas devidamente ocupadas, os rodízios lindos e bem preenchidos, com professores dispostos a ensiná-los.” Afinal, o departamento disse que uniria sua força à nossa, e resolveu sentar no balanço esperandoa o chapolin colorado virar albino (pra combinar com o contexto) e trazer toda sua astúcia pra resolver o problema.

As reuniões com chefes do que vocês quiserem imaginar foram animadoras, “contrataremos professores”, “abriremos editais para novos concursos”, “vocês terão semiologia”. Eu quase fico aliviada. O quase se apagou ontem, puuf... a menos que façam um concurso relâmpago, ou professores caiam de pára-quedas nas salas de aula e nos leitos do Hospital Universitário, vou ver tanta semiologia prática quanto o Porto (uma das bíblias que os estudantes de medicina tem de portar) pode me ensinar.

E a reitoria? Sempre muito ocupada, né? Evento nacional acontecendo, milhões de problemas com a Universidade, pra quê reunião com um bando de estudantes que se queixam mesmo estando na “melhor do Nordeste”? Olha de lado, deixa pra lá, empurra com a barriga, um dia se resolve, ou não.

Vocês já são formados né? Todos médicos, consultório, cargo público, estabilidade, aposentadoria, chefe disso, chefe daquilo. Pra que mexer os pauzinhos pros alunos? Virem-se! Se ao menos pagassem os 3000 reais mensais de uma Universidade particular, poderiam exigir alguma coisa. Afinal, poucos impostos você ou seu pai e sua mãe pagam por mês pra exigir qualquer coisa, não é?! O público tem passos lentos, burocracia, impedimentos. Deixa assim mesmo. Seis meses de atraso numa formação de graduação é pouco, principalmente pra você que já estudou feito um condenado pra passar no vestibular, vários anos inclusive, como eu.

Cruze os braços, leia a carta aberta que a turma de 2009.2 fez para tentar ser atendida, ouça falar do manifesto que vai ocorrer amanhã e diga a si mesmo: “Puxa vida! Que legal a iniciativa” e volte a dormir, afinal, você vai fazer questão de lembrar dos nomes dessa turma para NUNCA se consultar com nenhum deles. Ou melhor, seja calouro e pense “Tenho nada a ver com isso, daqui pro meu 3º período as coisas se resolvem”, ok, depois reclamam e perguntam o porque do “CALOURO BURRO” ao entrarem na Universidade. Vai saber, né?!

Tô revoltada sim, minha profissão é que está em jogo e quem achar ruim que feche a janela!

Good bye,

INGRID TINÔCO
3º PERÍODO DE MEDICINA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE(UFRN)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A você

Não falei à eternidade. Não jurei ao sempre nem brinquei com o futuro. Fui séria, lúcida, concisa e direta. Sem castelos, sem cavalos, sem arreios dourados ou longas tranças morenas. Sem coroas, sem encanto. Brincou, brincamos. Encanto, tanto. Roubou-me o verbo, violou sentidos. Despontou mistérios, riso escondido, contido. Desmentiu descrenças, apagou passados. Cri, cremos. Trouxe-me frases, fatos, beijo e abraço. Amor escrito com tempo, com jeito, lento e certo. Como o nós, hoje e sempre. Já o sempre. Sente?!


Ingrid Tinôco

______________________________________________________________________________________
Quase um mês sem postar! Uhu! E não foi falta de tempo, foi falta de criatividade mesmo! Espero que nessas férias melhoree!

Beeeijo, gente =)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

(mal)bondade

Devia ter uns 9 anos - pensei comigo. Olhou-se por sobre um salto 12 folgado nos pés, com um vestido que não era seu e um rosto carregado de pinturas que não lhe pertenciam.

Ela não devia ser feliz, o sorriso estampado no rosto era da doce inocência infantil, ilusória e passageira.

Mas aprenderia ainda a perder parte da bondade que lhe era característica (desejei com todas as minhas forças), a se impor e a pensar menos nos outros. Bem menos, eu diria caso me pedisse um conselho. E outra, era melhor que fosse logo. Temi por suas angústias futuras fruto dessa disponibilidade em demasia.

Parei, (re)olhei: já não tinha 9 anos.

Ingrid Tinôco

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sem passos

Enquanto minhas mãos estiverem atadas e só restar o verbo, virar-me as costas ou corromper meus ouvidos só me desarma os sentidos. Não preciso de guias pela claridade do caminho, mas o que me era apoio não deveria antagonizar-se.

Já nem espero,

mas nunca disse que caminharia sozinha.



Ingrid Tinôco

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Farei

Virtudes a gente descobre na raça, no grito, na lágrima, no joelho ralado e em palavras esquecidas num canto qualquer. Hei de desdizer todas as vezes que insinuar mágoas, sempre que o impulso mascarar a racionalidade e a paciência. Porque uma vez disseram-me que é se colocando no lugar do outro como descobrimos a humanidade em nós mesmos. E assim pretendo fazê-lo para que me sinta viva sempre e carregue comigo a doce ilusão da benevolência.

Digo ilusão não por falsa modéstia, mas por realidade mesmo. Rendo-me ao egoísmo sempre que me é viável e a hipocrisia senta à minha mesa em algumas noites.

E que atirem a primeira pedra os que assim não fazem.


Ingrid Tinôco

sábado, 8 de maio de 2010

Por ela e para ela

Foi de você que saíram meus olhos, minha voz, minhas oscilações de humor e meu caráter. É por você que eu iria mais longe, mais perto, acima ou abaixo, voltaria ao ontem ou anteciparia o amanhã. Meu ceticismo sobre amor acaba assim que se fala daquele que dedico a você. Porque sei que não há medida ou distância pra ele, nem tempo que abale ou sufoque. Agradeço a companhia nos primeiros passos e de continuar a me ensinar a caminhar até hoje; pela confiança, pelo colo, pela formação e por acreditar, mesmo que meus sonhos estejam na lua.

É para você que destino meu melhor e maior amor, minha gratidão eterna e as lágrimas bobas que teimam em rolar sem motivo algum.

Parabéns por mais um dia seu e que, por acaso, ganhou um título.

TE AMO, MÃE


Ingrid Tinôco



E o trecho da música que é minha e dela só pra fechar o post:

"Sou eu quem vou seguir você do primeiro rabisco até o bê-a-bá
Em seus desenhos coloridos sempre vou estar...
(O caderno - Toquinho)

sábado, 24 de abril de 2010

Desejos

Eu não posso falar do que quero pra não chatear. Porque eu prezo seu bem-estar sabe?! Preciso ter a certeza de que estás bem comigo e com os outros. Que seu olhar diferente não é raiva, que suas poucas palavras não são tristeza. Prezo por saber se fui eu a causadora da falta de interesse, da sua falta de sono, do seu sorriso amarelo. Quero cartas na mesa e coração nas mãos um do outro. Quero saber como pulsa o compasso do seu e fazer massagem sempre que precisar ou sempre que eu o fizer escorregar da minha palma. Quero deixar meu orgulho de lado sempre que for bom para o nós, porque fiz meus princípios independerem dele e coloquei-nos melhor. Prometo reconhecer os erros e pedir desculpas sempre quando me for cabível. Deixarei minhas ironias de lado e meus sarcasmos a parte porque nessas horas vale mais o direto, o verdadeiro, o olho no olho e as palavras pensadas, exatas para não magoar ninguém.

Quero não fazê-lo triste, não deixá-lo fraco, não lhe despertar mágoas, nem angústias.

Preciso fazê-lo saber que mesmo nos dias nublados meu ombro é teu, meu colo é teu, minha felicidade está atrelada a tua e que não vou largar tua mão mesmo quando nossos rostos insistirem em não cruzar olhares.

A gente não pede em troca, mas o íntimo deseja.


Ingrid Tinôco




"...e, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer."
(Caio Fernando Abreu)

sábado, 3 de abril de 2010

Equilibre-se

Gosto dessa vida-comédia-romântica-bem-escrita, sabe? Sem o exagero melodramático ou as risadas debochadas. Venho curtindo esse equílibrio da gente. Esse doce bem humorado que me arranca suspiros sorridentes.
Amores que não sofrem podem não escrever livros, mas quem se importa com os versos quando o coração entende o silêncio?


Pro meu amor-felicidade, com todo carinho.


Ingrid Tinôco

terça-feira, 16 de março de 2010

Pobre mercante

Ignorância é a alma do negócio. Venda foras, publique críticas a torto e à direita sem saber por quê, nem pra quê. Haja de má fé e sem pensar, não esqueça da arrogância. Feche a cara, simule estresse por uma vida que você mesmo(a) escolheu. Tente afundar o ego alheio em busca de uma própria promoção. Vamos lá, camarada, vá em frente que o mercado é disputado e só os melhores conseguem.

Enquanto isso eu fico com minha polidez, meu bom humor e minha melhor risada, vendo sua falência de camarote(o espetáculo é digno de platéia!).

Mas o deboche deveria ser produto seu, não é mesmo?!

Sinto muito.

Ingrid Tinôco

domingo, 28 de fevereiro de 2010

eu quero (sempre) mais?

Que você me dava a mão agora, dizia o que eu queria escutar ao pé do ouvido e me abraçava apertado, segredando que não me deixaria só, nem hoje nem nunca.

Tem horas que eu preciso disso, sabe? Dessa atenção boba que te parece desnecessária. Um nhem nhem nhem a mais. Um mimimi de agrado. Eu exijo pouco (acredito) e, por ser assim, algo a mais já parece exagero. Minhas brincadeiras às vezes são verdade, e o meu deixar pra lá podem ser disfarce. Mas tem dias que eu preciso de MAIS, “só um teco” como já dizem por aí. E essa acidez toda é fácil de adocicar. Basta a dose certa, e isso você sabe. Não sei por que tanta insistência na contrariedade...precisa?


Ingrid Tinôco

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Para quando caíres

A boba perdoava sempre, não por ter memória fraca, mas pelo coração mole. Aquela couraça era fachada, muito mal pintada, pra lhe ser sincera. É que não conseguia viver de dor, e a mágoa tinha uma cor feia, daquelas que não servem pra pintar a vida. Chorava, chorava, chorava até o coração se sentir lavado e o sorriso encontrar o caminho para o seu lugar de origem, de onde nem devia ter saído. Nessas horas ela precisava mesmo do abraço apertado de alguém e um afago qualquer nos cabelos morenos e quase compridos. Só não sabia pedir, nem conseguia falar. Já não tinha mais 5 anos mas o gato parecia ter-lhe comido a língua algumas vezes. E o alívio lhe vinha em doses. E ela agradecia em silêncio àquelas mãos. Sabia que estavam ali o tempo todo, mas demorou a perceber o quão dispostas estavam a lhe sustentar. O verbo mudou de tempo, a conjugação, agora, se fazia melhor.

"Obrigada, (meu) bem."


Ingrid Tinôco

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sem título

Ando sem idéias. Ou melhor, com idéias, mas sem praticidade. Textos inacabados e alguns esquecidos, poucas postagens. Minha mente tirou férias até do planejado pro descanso. Pois é...eu ando bem, coração aos pulos e mente (in)quieta, como de costume. Mais sentimental que o normal – os nhem nhem nhem e mimimis românticos já me agradam e arrancam suspiros dessa que vos fala. Menos disciplinada e empenhada, esperando veemente que essa parte seja só preguiça de fim de férias. Ando pensando demais também, e oscilando entre extremos que insistem em me perturbar, ora bons, ora maus. Qualquer dia sai um texto (digno) sobre isso. Quando a lentidão deixar e as palavras resolverem tomar uma ordem lógica. Também estou no aguardo.


Ingrid Tinôco

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Meu elo

.
Quando a iminência da perda aflige
E a presença acalma
Quando o silêncio grita o que o sorriso (não) esconde
E o toque fala a linguagem oculta dos gestos - nossos

E aquela dúvida repentina transforma-se na certeza do hoje
E eu respondo a você(e mais ninguém) que sim: eu te amo!


Ingrid Tinôco


"Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar"
(Pra você guardei o amor - Nando Reis)

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

Ok, a maré mal humorada foi-se e era esse o texto que devia ser postado. Na verdade não ele exatamente, a versão original acabou perdendo-se entre pensamentos sonolentos e preguiça de pegar papel e caneta para anotá-la, resultado: esqueci! Só consegui resgatar a primeira frase e o tema, mas as palavras certinhas não saíram e acabou dando nisso que tá aí em cima!
Mudei o layout do blog, ainda não tá exaaaaatamente o que eu planejava, mas vai ficar assim até eu enjoar de novo ou criar coragem de procurar coisa melhor!

Beeijos

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"E eu finjo ter paciência..."

Respirei fundo para não falar o que não devia. Ou devesse, mas não era certo. É preciso paciência, claro, todos sabem. Mas é que tem horas que esse dom parece me fugir e seguro para não fazer da intolerância meu sobrenome. Os outros deveriam se esforçar né? Só um pouco. Interpretar frases, dar respostas rápidas e claras não é difícil e faz uma diferença tão grande. Assim eu não necessitaria gastar sem medidas ou propósito essa virtude tão bonita que venho descobrindo ter em grande quantidade. Pois é, nunca me imaginei assim, mas eu sou paciente, muito paciente. Só não precisa abusar, meu lado boazinha pode não agüentar.


Ingrid Tinôco


_____________________________________________________________________________________________

ok, esse não era o texto que eu esperava postar como "a volta do blog"(eu estava na praia aproveitando meu verão, e estou de volta só agora, depois de um mês). Mas sabe como é?! Acontece uma coisinha pra o que você tinha em mente para escrever cair no esquecimento e essa coisinha que te perturba roubar a cena. Me roubou. Meu texto bonitinho e melosinho vai ficar para outro post, infelizmente.

Tô abusada desse blog, tentei achar um layout legal, mas nenhum combina comigo. Eu não tô de TPM, mas nada me agrada. Acabei esculhambando as cores do layout antigo sem querer. Se alguém tiver algum site interessante com layouts legais e não comuns, tô aceitando sugestões.

Beeijos

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

E a gente cria laços

É assim que eu começo meu primeiro post do ano, que vai ser como forma de diário de reflexão, porque meu dia foi tão monótono, que eu preciso colocar minhas besteiras em prosa pra dormir tranqüila.

Eu estava hoje, na minha falta do que fazer, realizando minha ronda costumeira pelos blogs que eu gosto e pelos que eu nunca vi, e acabou me ocorrendo algo. É engraçado como a gente cria laços sem perceber. Eu falo sério.

Tenho esse blog, desde agosto de 2008, o que dá, assim, um ano e meio mais ou menos. Nesse tempo eu acabei “conhecendo” gente tão diferente de mim e de lugares tão variados que site de relacionamento teria inveja, principalmente pelo conteúdo que permeia as tais “relações”. Tem pessoas aqui nessa “blogsfera” que parece que eu conheço pessoalmente há tempos e que já batemos altos papos. E não, eu nunca vi ninguém pessoalmente (a não ser os amigos já antigos que, por acaso, também tem blog), e o máximo que trocamos foram comentários nos posts ou breves recados no Orkut (não é, Déia?!hehe). A gente acaba botando nossa vida para estranhos que se tornam próximos de alguma forma.

E ainda tem gente que não acredita no poder das palavras.

E ainda os que me pergunta o porquê de eu ter um blog. Não é vaidade não, honeys, ou talvez seja também (vou bem dizer que acho ruim quando os números dos comentários crescem a cada nova visita?! Hipocrisia tem limite ;]). Mas é que com o passar do tempo o blog acaba sendo um diário mesmo, é aqui onde eu, e muitos, choram angústias e gritam felicidades para quem quiser ouvir, digo, ler. E isso alivia, conforta e de alguma maneira faz bem. Vai saber, né?! É um jeito de organizar pensamentos e exercitar uma atividade que, pelo menos para mim, tem um valor imensurável.

Um salva às nossas queridas letras.

Um abraço sincero aos amigos blogueiros que compartilham comigo tantas coisas! =)


INGRID TINÔCO