sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Amor-desconstrução

Eu vim pra contrariar o racional. Cheguei pra insistir no riso frouxo e papo leve, nas nossas conversas intermináveis e cócegas censuradas. Fiquei porque era bom, mesmo quando não devia, mesmo quando não podia. É que eu sempre me deixei levar pela conversa mole, mesmo sem acreditar. E no fundo eu sabia que não era igual, que não podia ser igual, não daquele jeito. E a gente foi, antes mesmo de ser. E eu ri por dentro quando você me disse que amor não acontecia, que amor era construção (alguém mais cético que eu não pode!). Fiquei pra te mostrar que não, que amor é descuido, é cuidado, é abraço que fala e confidências contidas, é construção sim, mas também desconstrução... De conceitos, preconceitos, de amarras e blindagens. E você me veio coração, como eu nunca pude imaginar. E eu quis ser poesia, toda aquela que eu insisti em negar. E hoje eu sou amor, e você é também, meu bem.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Pois então vem, 
Aí me cora as faces e me confunde olhos e me arranca o tempo. 
E joga com meu corpo e me conquista os risos e me atira os braços e me aguça os cheiros. 
E vem. 
Vem pra me tirar juízo, me surpreender sentidos, me elogiar o tom. 
E eu vou
Como quem não sentiu, quem não partiu, quem nunca se quebrou. 
E a gente se confunde
Porque como unidade, somos um belo par. 
E todo mundo diz, todo mundo fala, 
Mas como poesia, somos de todo prosa, 
E deve-se acabar.

domingo, 29 de março de 2015

Colorir

As cores de abril vêm pintando meu peito antes cinzento. Deixei chover na alma pra levar o ruim e tomei as rédeas dos meus próprios medos. Resolvi ser por mim, não pelos outros. Retomei doçura e acidez para quando me for conveniente. Permiti-me chorar pelas minhas dores inventadas, pelas dos outros inacabadas e pelas bobagens de um tubo de imagem. Entreguei-me a prazeres passados e me reencontrei, porque flutuar de corpo e alma sempre foi meu desejo mais íntimo, e era(é) ali onde eu chegava(chego) mais perto de tudo. Entrei em exaustão física e psiquicamente, e foi necessário pra perceber que manter a calma é essencial, mesmo que os hormônios indiquem o contrário. Passei a achar graça dos que me olhavam de cima abaixo, porque desdém e inveja a gente guarda no bolso e deixa se perder, como os papéis antigos em um jeans lavado. O tempo ainda me domina e me tira do sério, mas venho tentando brincar com ele para que eu possa ser a primeira a rir de mim mesma quando as coisas derem certo, ou não. O dever de casa é controlar a inquietude, mas vamos aos poucos sem deixar descolorir.

terça-feira, 10 de março de 2015

Para quem nunca e quem sempre (no amor e dor)

Quem nunca sofreu por amor, que atire a primeira pedra. Aos impenetráveis que nunca o fizeram, os digo: que pena! O arriscar vale tão a pena que o arrependimento depois pode ser esquecido. E a beleza da recuperação e o aprendizado do pós superam qualquer dorzinha de cotovelo que reste (e a lembrança das lágrimas no colo alheio, os porres com dedos levantados ao som de qualquer brega e deve pagar, também, o aluguel das suas amigas porque, né?! Coitadas!)

Digo isso porque venho vendo tanto prolongamento de sofrimento que me parte o coração (que, Graças a Deus, anda bem inteiro ultimamente). Sério. Aprendi com a minha longa experiência de vida (Beirar os 25 não é fácil. Já vejo rugas!) que quando não está bom, a gente muda o ritmo que é pro batuque soar certo. Porque não tem samba que me faça dançar bonito se tiver um rock pesado tentando atrapalhar (e eu nem sei sambar, vale dizer). Mas é que tem gente que tenta fazer o mix dar certo até o último instante! Até quando ninguém quer mais tocar, até quando não existe nem letra, nem som, nem instrumento, nem nada. Até quando falta sentimento (e tento! Como diria no interior). A gente inventa um dueto quando, na verdade, a apresentação já virou solo faz tempo. Mas e daí? Inventa que o outro é segunda voz mesmo quando ele não quer saber de cantar?

Acho que é hora de fechar as cortinas. Já deu, né?! Pesadas, eu sei. Vai ser difícil se esconder na coxia. Vai doer até você achar que não suporta mais (Ok, menos drama, por favor!). Vão pairar inúmeros pensamentos diferentes oscilando entre: "foi melhor pra mim" e "ele/ela é o homem/mulher da minha vida, não vou mais encontrar ninguém igual". Encontra, filho(a), o mundo tem bilhões de habitantes, será possível que só de um você se agrade? E se, mesmo com toda essa oferta, não se afeiçoar por mais ninguém, me (te) pergunto, quando foi que disseram que sua felicidade depende de outro? Tem esse tópico na cartilha da vida? Avisa aí que essa minha página foi arrancada.

Ser racional toda hora é chato, impede vivências e "metodifica" o que nem sempre deve ter método, mas sentimentalismo demais só funciona em filmes água com açúcar e fora da realidade. Tem horas que o mimimi tem que ser deixado de lado pelo bem da sanidade mental (sua e dos outros), pela necessidade de continuar com a vida, pelos planos que estão por vir enquanto você está aí, estagnado por amor. Ai Cristo! É muito triste escrever isso e saber que é exatamente assim com algumas pessoas: a vida girando em torno de um amor mal resolvido.

É bem verdade que se deve deixar sofrer, é importante chorar, sabe? Parece que seca a angústia. Não se deve negar o que foi vivido. Amou? Sim. Se entregou? Demais. Tô triste? Nem se fala. Mas quando chega a hora, deve-se reconhecer que o ciclo se fechou. Vou curtir a fossa 5 dias, 2 semanas, 1 mês... Depois vou lembrar do quanto me sentia bem sozinha. Do quanto abdiquei dos meus desejos em função do outro e do quanto posso voltar a ser quem eu sempre quis. Fazer aquela viagem incrível. Retomar seu foco na carreira. Colocar meu salto 12 (ok, 10 no meu caso) e sair pra dançar até as pernas doerem e rir das cantadas bobas que os marmanjos (que você achava que nem iam olhar pra você) vão me dizer e lembrar como é bom dar foras (haha). Se fazer bonita de novo, nem que isso comece de fora pra dentro. Nem que se pinte o cabelo, compre sapatos (YEYYYY! SAPATOS!!!). Mulher é assim, e já deu pra perceber que isso aqui é puramente feminino.

Aí, de repente, você percebe como com o outro era bom, mas como o "comigo mesma" é melhor ainda. E vai seguir, pronta pra próxima queda, mas mais forte e menos boba. Ciente de que, mais dia, menos dia, vai se iludir outra vez. E desiludir. E se iludir de novo. Até que um dia a ilusão vai virar realidade e você (e ele) vão seguir. Pra sempre ou não. Mas sabendo: Até onde der...


À amiga que precisa dessa dose de realidade AGORA,

Com amor (e sem dor)...

Dd (Ingrid Tinôco)
10/03/2015

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Então penso que é melhor seguir assim: não sou teu, nem és de mim, apesar de sim, a gente já ser de nós. Vai, vai sem mim, que espero, enfim, saber o que vem depois.

Ingrid Tinôco
06.02.15

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Põe, moça, o sorriso no rosto e sai, pisa firme e gargalha do tempo que logo se esvai. Vê o sol, pede cores e amores... só cores, talvez. Dorme teu sono e ensaia teus versos perdidos, bem-quistos. Grita as verdades e ri das maldades que elas não vêm. Dança sem medo e faz do teu jeito que logo ele vem. E se não vier - me perdoe! - mas moça, "cê" sabe, não é de ninguém.

Ingrid Tinôco
22/01/2015

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Quando fechei a porta enquanto você batia insistentemente, me doeu a alma. Sabia que trancava a casa (e o coração) aquele que já havia se esparramado no sofá, bagunçado minhas coisas e dado cor as minhas paredes. Mas é que agora eu tinha cacos a juntar, sabe? E quando eu colava pacientemente os (meus) pedaços, vem você me tocar a campainha e me fazer tremer, derrubando tudo novamente. Estabilidade ilusória. A fresta que eu abri pra vê-lo fez entrar luz, remexeu sentimentos e me abriu sorrisos; mas o sopro de vento reacendeu as dores de um passado próximo. E eu bati por dever, e chorei por não querer.

"Decisão
 Dê-cisão"
(Pó de lua)

Ingrid Tinôco
23/12/2014