Talvez o diálogo tenha se perdido em meio a estrada de risos, talvez tenha morrido lutando, tentando tomar o lugar do monólogo que, pasmem, contraditoriamente, tanto o invejava. Penso que ele se esvaiu na rotina e levou consigo a admiração, o interesse. O monólogo ficou sozinho como sempre, mas dessa vez calado. Mudo como quem perdeu a voz, mas a verdade é que palavras explodem num coração inquieto. Silenciou em uma espera inútil à procura do que nunca vem, para, em seguida, voltar a trabalhar insistentemente. Parece incansável essa unidade, mas há quem diga que o calar é uma despedida amarga de quem tanto lutou...e perdeu.
Ingrid Tinôco
(27/03/2012)