terça-feira, 12 de agosto de 2014

Sobreviventes

O coração angustia dores nunca antes sentidas e a mente tenta acalmá-lo com a racionalidade de quem esqueceu do passado. Nos perdemos naquele mar e esquecemos, desta vez, os remos que outrora nos fizeram tão fortes. Hoje, nadamos em direções opostas, nos iludindo de que estamos seguindo a mesma maré. Já não sou sua sua âncora, já não és meu colete. Sei que não posso mais alcançá-lo, mas o medo de afogar-me longe de ti faz com que, ainda assim, a água me invada. Logo eu, que me orgulhava em não cansar de nadar (remar). 

E desta vez, exausta, não sei quem irá nos salvar.

Ingrid Tinôco