Influenza sobre quem?!

Eu odeio qando meu próprio organismo insiste em me contrariar!

Vejam só que absurdo, sou eu dizendo que tá tudo bem, tô tranquila, relax, e ele me dizendo que não! Que tô estressada (tá até me descabelando pra me provar isso! E me tirando parte das minhas longas e muitas madeixas!)! Eu insisto em me manter acordada e ele faz o favor de me embalar ao sono(falta só cantar uma canção de ninar e alisar os cabelos!!)

Pra completar ainda vem uma criatura, quem nem isso é direito, uma mísera partícula que nem célula tem(é ele mesmo, o vírus da odiosa gripe!!) e me arreia por completo!!

Foda mesmo! Cadê minha moral?? Quem achar por aí me avisa que eu vou pegar onde ela estiver!!

Aaaah...mas tudo bem! Não se preocupem...

eu ando muito bem :D

Nada de Pequim...

São 9h da manhã de um lindo e radiante sábado! Sim, como qualquer pessoa normal eu deveria estar dormindo, na praia ou...vendo as olimpíadas!! Na verdade, perdoem-me a ingênua ignorância, eu nem sei qual jogo está passando agora, a não ser por informações soltas do meu pai perguntando ao meu irmão "É contra Camarões?! Começou agora?!" e por todos os gritos frenéticos de uma torcida constituída pelos vizinhos dos apartamentos de cima e de toda a rua.

Ah, mas o Brasil deve estar ganhando! Ainda não ouvi nenhum xingamento e ainda houve dois 'êêêeehhhh' num intervalo de tempo menor que 10 minutos! E eu me pergunto: foram dois gols? Duas cestas de três pontos perfeitas? Dois pontos disputadíssimos no vôlei?

Não, eu não sei! E também não posso sair do quarto para dar uma espiadinha! Eu sou brasileira, ora, e acabaria ficando pra ver o jogo inteiro! Infelizmente isso não pe pra mim! Briófitas e pteridófitas(se ainda fosse fisiologia!) me esperam ansiosamente, assim como os mais de 50 exercícios!

Quem sabe em 2012 eu não veja os jogos e as provas que eu quero? Esse ano não(é verdade, eu ainda não vi NADINHA!!)... fico apenas com as notícias sem graça dos pós-provas! Nada de emoções, adrenalina, decepções, vibrações ou xingamentos...

...tudo em prol da medicina!

Ingrid Tinôco

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou tão feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade da alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado)

Apresentação?!

Ela sorriu com aquilo. Não por ter achado graça realmente, mas pelo absurdo e confusão que a pergunta lhe causara. Ora, indagar assim, sem mais nem menos, um "Quem é você?" é algo para causar espanto a qualquer ser, mesmo àqueles não muito comuns.
Exitara por um tempo temendo o que poderia sair como resposta àquilo, mas reagiu: "Depende de como você quer me ver, ou melhor, de como eu quero que me vejas!". Metafórica não por desejo, mas porque era mesmo daquele jeito. Ora era uma, ora outra. Adaptava-se às situações com a rapidez de quem tem pressa, vasculhava o passado na busca pelo bom perdido e explirava o futuro lenta e cuidadosamente, pois havia perigo em certas supresas. E o presente?! Ah, o presente era saboreado tal qual o mais fino dos doces, com o cuidado de quem aprecisa e a voracidade de quem tem fome.
Não sabia se esclarecera o indagador, mas foi perceptível a satisfação de seu íntimo com aquela resposta que transmitia sua própria personalidade: nem tão reveladora, nem tão misteriosa.



Ingrid Tinôco