Conta-se os amigos pelo cheiro de lembrança que eles te despertam à distância, pelas risadas em domingos entediantes, pelas longas conversas que não dizem nada ou revelam tudo, pelas lágrimas encharcando o ombro ou as confissões no escuro sob um céu sem estrelas. Sabem-se amigos pela falta, pela necessidade, pelo carinho, pela compreensão. Descobrem-se amigos pela independência, pelo respeito, pela falta de palavras e o entendimento mútuo, claro, leve. Certificam-se amigos quando distância não afasta, quando tempo não modifica; quando seus defeitos são aceitos e ditos à queima-roupa, sem rodeios, pro seu próprio bem; quando suas vitórias são comemoradas com sinceridade e verdade, como se fossem dele e as derrotas são amparadas sem titubear. Sentem-se amigos quando não se precisa declarar, quando abraços falam tanto quanto olhares e sobra entendimento, sobra sentimento.
Tenho amigos a quem ainda não declarei verdades guardadas, mas por quem tenho respeito e amor suficiente para prostrar-me ao lado mesmo sem pedidos. Tenho aqueles de longa e de força, que não há tempo que enfraqueça ou distância que afaste. Tenho os de longe mesmo perto, que o sentimento abranda mas não modifica. E tenho ainda os futuros, que o tempo não deixou consolidar, mas resta a pontinha de desejo, o coleguismo afeituoso e a felicidade da união.
Agradeço hoje a todos os meus amigos, pelo tudo e pelo nada. Porque acredito que não existe “obrigado(a)” cabível naquilo que a gente faz por prazer e repete por vontade.
A eles, todo o meu carinho.
Ingrid Tinôco
3 comentários:
That's us!
Obrigada por tudo e por nada!
"My person"
"...pelas longas conversas que não dizem nada ou revelam tudo."
cheguei até a chorar, tá lindo!!
Nossa. Tanto tempo sem aparecer aqui. E encontro tão doce. Amigos, valem muito mais que mil amores. =)
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