As cores de abril vêm pintando meu peito antes cinzento. Deixei chover
na alma pra levar o ruim e tomei as rédeas dos meus próprios medos. Resolvi ser
por mim, não pelos outros. Retomei doçura e acidez para quando me for conveniente.
Permiti-me chorar pelas minhas dores inventadas, pelas dos outros inacabadas e
pelas bobagens de um tubo de imagem. Entreguei-me a prazeres passados e me
reencontrei, porque flutuar de corpo e alma sempre foi meu desejo mais íntimo,
e era(é) ali onde eu chegava(chego) mais perto de tudo. Entrei em exaustão física e
psiquicamente, e foi necessário pra perceber que manter a calma é essencial,
mesmo que os hormônios indiquem o contrário. Passei a achar graça dos que me
olhavam de cima abaixo, porque desdém e inveja a gente guarda no bolso e deixa
se perder, como os papéis antigos em um jeans lavado. O tempo ainda me domina e
me tira do sério, mas venho tentando brincar com ele para que eu possa ser a
primeira a rir de mim mesma quando as coisas derem certo, ou não. O dever de
casa é controlar a inquietude, mas vamos aos poucos sem deixar descolorir.
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