terça-feira, 15 de outubro de 2013

Aos (meus) mestres

Desde quando meu vocabulário era escasso e minhas mãos incoerentes, quando o lápis ainda não desenhava nem a forma das vogais, vocês estiveram ali, prontos e aptos a me lapidarem. Quando chegaram as somas mirabolantes, as equações mais difíceis, a história tão antiga e a terra a ser descoberta pelos livros, vocês estiveram ali, dispostos a nos passarem o possível e o impossível de conhecimento, mesmo que a petulância adolescente insistisse em desestimular até os mais pacientes. Quando chegaram as provas de vestibular, o cursinho, os ânimos à flor da pele e a vida adulta batendo a minha porta, foram vocês quem estiveram ali, fazendo da dificuldade o estímulo, das quedas o aprendizado e do mestre, o amigo disposto a oferecer colo às lágrimas e palavras às desilusões. E quando me chegou o sonho, foram vocês a mostrarem o caminho, a anatomia, a fisiologia e como é bonita essa máquina própria que se chama ser humano. A primeira ausculta veio guiada pelas vossas mãos, enquanto as minhas, trêmulas, tateavam no escuro o desconhecido, a clínica se abriu em flores, versos e angústias; mas foram vocês a mostrarem o quão bela é essa ciência pela qual temos que nos apaixonar diariamente para que as dificuldades da vida não nos tire as esperanças. E hoje, é a vocês, professores de todas as fases e tempos, que eu dedico meu obrigada mais sincero e minha gratidão eterna.

Ingrid Tinôco

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