terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Quando fechei a porta enquanto você batia insistentemente, me doeu a alma. Sabia que trancava a casa (e o coração) aquele que já havia se esparramado no sofá, bagunçado minhas coisas e dado cor as minhas paredes. Mas é que agora eu tinha cacos a juntar, sabe? E quando eu colava pacientemente os (meus) pedaços, vem você me tocar a campainha e me fazer tremer, derrubando tudo novamente. Estabilidade ilusória. A fresta que eu abri pra vê-lo fez entrar luz, remexeu sentimentos e me abriu sorrisos; mas o sopro de vento reacendeu as dores de um passado próximo. E eu bati por dever, e chorei por não querer.

"Decisão
 Dê-cisão"
(Pó de lua)

Ingrid Tinôco
23/12/2014