segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Cadê?

Tem faltado-me a sensibilidade e o tato. A sinestesia de olhos fechados e o gosto apurado. Ando vivendo numa lucidez tamanha que a realidade me entedia aos montes. Sinto falta das flores e do cheiro. Procura-se um jardim encoberto por daninhas do tempo que lhe tiraram o brilho e os sonhos. Nuvens de algodão desenhando céus e gotas de água limpa para lavar a alma; Luz, também pede quem vos fala.


"E esse vazio que ninguém dá jeito? Você guarda no bolso, olha o céu, suspira, vai ao cinema, essas coisas. E tudo, e tudo, e tudo."

Caio F.



Ingrid Tinôco

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desligou e queria atirar pela janela. Conteve-se. Havia cansado, não tinha dúvidas. Já não ia conseguir fingir o riso e acreditar que estava tudo bem, as máscara não lhe caberia e os olhos seriam a primeira denúncia do que estava entalado garganta abaixo, como comida que não foi deglutida. Empurrara uma, duas, talvez três. Pedira desculpas para não prolongar as delongas, deixara pra lá porque reclamar não valeria à pena. Desgaste, meu bem, desgaste, ela havia cansado disso tempos atrás e resolvera fazer diferente. Viver um dia de cada vez e deixar o pouco pra lá, detalhes só devem ser notados quando para o bem.
O jogo mudara e as opiniões variaram.
Se fosse de gritar o bairro inteiro teria escutado freqüências diferentes até o ouvido doer naquele dia. Mas sua raiva saía de outra maneira e recorreu às palavras para acalmar-lhe a alma. Seria cômico se não fosse trágico, e nem se importou se o “senão” era junto ou separado. E daí?! Perdeu o ânimo que alimentara a semana inteira. Era sexta, queria o tudo e a noite começou inútil.
Sempre soubera que alimentar expectativas era a pior maneira de se começar qualquer coisa. Próxima vez que esperem ou desistam. Quem quer, faz por onde.

“ E qualquer desatenção - faça não! - pode ser a gota d’água.”
(Chico Buarque)
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Minha semana foi o cão, fim de período é o inferno e meu fds começou com o pé esquerdo, ou melhor, sem pé nenhum. Que os livros me sejam a companhia mais fiel, porque do resto eu desconfio até de mim.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vamos à vitória?!

Era o querer e temer misturados numa batida de arrancar lágrimas de tensão e sorrisos de esperança. Eu sei, já passei tantas vezes por isso que posso contar quase detalhadamente aquela sensação, por mais difícil que seja descrevê-la.

É o desafio visto de frente. Encontrar-se numa estreita linha que separa vitória de frustração. Corda bamba que só com tranqüilidade suficiente conseguimos nos equilibrar e pender para o lado certo, no momento certo.

E a coragem tem que ser amiga, confidente fiel e a acolhedora dos momentos de fraqueza.

Aquele clichê de “o que é seu está guardado” sempre me tirou a paciência. Mas creiam, é verdade. Para aqueles que lutam a recompensa é certa, e você, como eu, vai lembrar exatamente daquelas palavras de que tanto desacreditamos pelo costume do uso.

Eu queria poder abraçar cada um dos meus amigos que estavam naquela sala e dizer que eram eles os próximos a estarem ali em cima, como eu, representando um futuro pouco distante , tão árduo quanto aquele presente, mas com uma satisfação inigualável.

Que a caminhada feita até aqui se mantenha a passos firmes. Acreditem em si porque o resto é resto; os outros não farão sua vitória e você nada deve a eles. Os concorrentes são detalhes: SUPERE-SE, isso que importa. E a prova, meu bem, convenhamos, é só um pedaço de papel. Ainda duvida de quem vai ter o nome passando pela telinha azul em janeiro?

Aos meus amigos e ao namorado, que os melhores dias do ano sejam esse domingo, segunda e terça. A sorte eu desejo aos despreparados e desesperados, só!



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p.s.: Vestibular da UFRN é esse fds, e o texto vai dedicado aos que vão fazer, mas tenho certeza que se aplica a outros desafios que exigem tanta coragem quanto esse!

beijo

sábado, 7 de novembro de 2009

E se?!

Queria parecer firme, convicta e segura de si. A verdade é que fraquejava sem que ninguém visse e dialogava com a insônia seus piores segredos. E se gritasse, chorasse e esperneasse? E se os quatro cantos acabassem sabendo que a moça também chorava, odiava ser contrariada e tinha pavor em pensar que o futuro era incerto? Ia parecer feio, não é?

Calou-se, como sempre.