sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desligou e queria atirar pela janela. Conteve-se. Havia cansado, não tinha dúvidas. Já não ia conseguir fingir o riso e acreditar que estava tudo bem, as máscara não lhe caberia e os olhos seriam a primeira denúncia do que estava entalado garganta abaixo, como comida que não foi deglutida. Empurrara uma, duas, talvez três. Pedira desculpas para não prolongar as delongas, deixara pra lá porque reclamar não valeria à pena. Desgaste, meu bem, desgaste, ela havia cansado disso tempos atrás e resolvera fazer diferente. Viver um dia de cada vez e deixar o pouco pra lá, detalhes só devem ser notados quando para o bem.
O jogo mudara e as opiniões variaram.
Se fosse de gritar o bairro inteiro teria escutado freqüências diferentes até o ouvido doer naquele dia. Mas sua raiva saía de outra maneira e recorreu às palavras para acalmar-lhe a alma. Seria cômico se não fosse trágico, e nem se importou se o “senão” era junto ou separado. E daí?! Perdeu o ânimo que alimentara a semana inteira. Era sexta, queria o tudo e a noite começou inútil.
Sempre soubera que alimentar expectativas era a pior maneira de se começar qualquer coisa. Próxima vez que esperem ou desistam. Quem quer, faz por onde.

“ E qualquer desatenção - faça não! - pode ser a gota d’água.”
(Chico Buarque)
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Minha semana foi o cão, fim de período é o inferno e meu fds começou com o pé esquerdo, ou melhor, sem pé nenhum. Que os livros me sejam a companhia mais fiel, porque do resto eu desconfio até de mim.

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