quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Believe it




Pule as ondas, coma lentilhas, guarde as sementes das uvas, faça preces silenciosas para o Deus, ou os Deuses, em quem crês. Pode ser que a mudança seja de apenas dois números dentre quatro, mas e daí?! RENOVE-SE. Pense que o próximo será melhor que esse e faça por onde. Comece o ano com sorrisos e abraços, sinceridade e felicidade. Lembre dos outros sem esquecer (NUNCA, JAMAIS) de você. Grite sua felicidade aos quatro ventos; sinta a brisa leve de todas as manhãs; tome banhos de chuva; aprecie o chão gelado e o sol do verão; durma como quem não tem horários; Dance, Lute, Brigue, Chore, abrace os queridos e deseje sorte aos desafetos; Aprenda o novo e reviva o antigo; Faça novos amigos; Cultive seus amores; Seja solidário; Leia mais; seja menos sério(a). Converse com pessoas inteligentes e aprecie a leveza de um diálogo bobo. PERMITA-SE. Fraqueje, mas faça-se levantar imponente. Crie suas próprias vitórias. Aprenda com as crianças a simplicidade. Sonhe. Mude. Seja. (...) A-C-R-E-D-I-T-E.


Ingrid Tinôco

Que 2010 possa ser tão bom quanto o ano que vem se fechando. Desejo sabedoria, paz e felicidade para mim, vocês e o mundo.
FELIZ ANO NOVO, GALEEEEEEEEEEEEEERAAAAAAAAAAAAA =D

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

E virá?

Engoliu o seco para não xingar as portas. Era noite e ninguém de interesse escutaria o que ela desejava.

Sentou no chão gelado defronte a janela, esperou o vento balançar-lhes os cabelos e os pingos que caíam lá fora respingar-lhe o rosto. Enquanto pensava, não haveria quem se importasse com aquilo. Parecia boba por isso. Queria perguntas, era difícil? Ou não.

Bastava que mostrasse interesse, sabe? O mínimo que a tranqüilizasse. Um afago e a certeza de que a deixaria bem.

Queria que se importassem, só isso. Que houvesse iniciativa.

Pensou o suficiente, levantou-se e foi dormir: medrosa, fraca e ansiosa.

Ainda esperava o que não viria.


Ingrid Tinôco

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

"Só não se perca de mim..."

Preciso saber que a perda não é iminente, que as palavras soam exatas a legenda dos gestos. Quero entender que os olhos falam verdades das quais o coração teima em duvidar. E que sutilmente vais disfarçar, (me) abraçar ou (se) afastar, como cantou Skank.

Que não se afaste o suficiente para não ser mais encontrado, mas se assim quiser, avise. Que o abraço tenha sempre o entusiasmo do primeiro e deixe as saudades do que seria um último. Disfarce minhas loucuras e suporte meus silêncios como quem conversa sem palavras.

Preciso que me sintas sem regras ou medidas. E que a segurança do nós me seja a confiança do hoje e amanhã.

Digo que minhas músicas são cantadas no tom exato pela tua voz com precisão nas letras, e seria estranho se, ainda assim, nada acontecesse... digo e roubo, para nós, o All Star Azul de quem, um dia, Nando Reis falou.

Ingrid Tinôco

domingo, 6 de dezembro de 2009

Hora de seguir

O ano já passou e, com ele, quase duas décadas. Você continua aí, com os passos lentos de sempre, com a cabeça baixa de sempre, calando quando tem de falar e falando quando ninguém pode ouvir.

A pior covardia é render-se aos medos bobos. Você já sabe que não existem monstros em baixo da cama e a bruxinha que atormentava seus sonhos já partiu há tempos. Hora de crescer, mocinha.

Só vão entender que você já pode andar sozinha quando soltar a mão que insiste segurar seus dedos, que já estão grandes o suficiente para exibir o esmalte carmim. Ninguém pode negar que seus passos são firmes e que sabes evitar as quedas.

Os culpados não são eles, sinto-lhe dizer... é você. Tá na hora de romper a cápsula, não acha?!

Ingrid Tinôco

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Só o básico

Eu não posso ser completa, nem pretendo. Me balanço num encaixe e desencaixe de peças que se moldam de acordo com o que passo, que vivo e que sinto. Sinto tanto que às vezes penso ser melhor esconder, é o orgulho bobo que de tempos em tempos fala mais alto. Mas ele tem se calado ultimamente.

Calei-o pra ver se vivo melhor comigo mesma e com os outros. Cansei do “tempestade em copo d’água”, dos exageros dramáticos e das conversas fiadas que só me cansam a pele e o sono. Aprendi a ceder e as coisas se tornaram mais práticas até certo ponto. Difícil, porém, é ceder sozinha, fazer o trabalho de vários ou sustentar os fatos nas costas, como se a culpa fosse minha companheira fidedigna, mesmo nos tempos em que minha consciência anda limpa e meu espírito em paz.

Cansei dos prolongamentos, mas exijo a conversa. Quero os pratos limpos, pingos nos “is” e a roupa suja lavada, seca e passada em cima da cama, pronta para ser usada novamente. Sinceridade é a base e eu preciso dela por completo para expulsar a insônia das minhas noites que já são curtas o suficiente para haver mais alguém atrapalhando.

Se é pedir demais para os outros, não sei. Mas para mim, esse é o pacote básico, sem bônus ou brindezinho grátis. E, por enquanto... eu me contento com ele.




Ingrid Tinôco

"Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso."
Clarice Lispector