sábado, 18 de outubro de 2008

Surpresa?!

Ao final do dia voltou-se para aquele que parecia ser o mais especial dos presentes. Um embrulho bonito e bem feito que lhe causara atração desde a primeira olhada. A abertura não a desapontou, um conteúdo interessante mesmo tratando-se apenas de uma caixa, ou melhor, um cubo, visto que ela não conseguia abri-lo de jeito algum. Tentou, tentou e por vezes achou que havia conseguido...doce ilusão.

Mesmo que aquilo tivesse pouca utilidade, acabou deixando-o sempre por perto. Pensou em se livrar dele algumas vezes mas algo dizia que seria bom mantê-lo ali, afinal, era um bom enfeite e uma "companhia" também agradável, só não sabia exatamente o porquê.

E o tempo passou o suficiente para que se afeiçoasse ao objeto, talvez por intrigá-la o suficiente pra isso.

Até que um belo dia, ao acordar, descobriu o que aquele cubo misterioso tinha para lhe revelar. Como que por mágica, saltou dele um palhacinho(lindo!) com um sorriso escancarado e uma alegria irradiante. Ora, como não percebeu antes! Aquilo era uma caixa surpresa, e como ela gostava daquilo!

Todos os seus conviventes mais próximos tomara conhecimento daquele presente "antigo" que se revelara e vinham de toda parte para vê-lo.

No começo, o entusiasmo era notório, era bom mostrar algo interessante e que pudesse chamar de "seu", mas, passados alguns dias, aquela rotina de visitas constantes e risos frenéticos com o palhacinho acabaram por enfadá-la.

Não aconteceu por que havia gente demais, creio que não, mas por que o brinquedo(o qual pareceu adquirir vida própria) agora passava tanto tempo alegrando os outros que se esqueceu dela(quem por tanto tempo lhe fizera companhia, mesmo quando nem sabia o que ele era ao certo), e o seu sorriso - outrora tão valioso - passsou a ser só mais um no meio de tantos outros.

Sabe-se lá o que ela faria agora, mas seu desapontamento era notório e, talvez, o melhor fosse desfazer-se daquele brinquedo e procurar um novo, afinal, sua real felicidade era mais importante que a ilusória posse de um objeto - até meio sem graça, é verdade, se ele ainda falasse...

Pensa. Pensa. Pensa!

Um comentário:

Unknown disse...

"Ao longe vejo um jardim de margaridas e, no meio dele, vejo uma bela flor que é você."

:)