A sexta-feira sempre fora seu dia preferido da semana. Quando criança, havia a educação física em que as brincadeiras esperadas durante toda a semana se concentravam. Foi crescendo e o apreço não mudou, aquele dia anunciava o fim de semana: nada de aulas, poucos estudos, alguns passeios. O vestibular lhe bateu a porta, as aulas assistidas naquele dia tão “bom”, mesmo à noite, ou o prenúncio que ele traria um sábado de estudos e mais aulas, não tiraram seu status.
Essas fases passaram.
E hoje ela se via em mais uma das suas sextas-feiras. Dessa vez sem alegrias, sem esperanças.
Na verdade, entediada, irritada e abusada por ser aquele dia. Enquanto garotas pintavam-se, vestiam-se e preparavam-se para a badalação daquela “Friday night”; casais de namorados dividiam um jantar, um cinema, beijos e abraços; amigos reuniam-se em bares pra jogar conversa fora, fazer o famoso “bebe esquece” da semana ou a prévia do fim de semana badalado, ela estava ali, estatelada numa cadeira de escritório, de frente para o computador, escrevendo qualquer bobagem para o seu blog (companheiro de todas as horas). Nada de mensagens instantâneas, nada de novidades na sua página de relacionamento.
Havia carro, permissão, roupas e ânimo. Faltava-lhe companhia, oportunidade ou sabe-se lá mais o quê.
Mas decidira: a partir de hoje, preferia o sábado!
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